Porto Alegre: dias de incerteza
Com a volta das chuvas o Rio Guaíba voltou a superar 4 metros ontem (24). Foi possível ver a água brotando dos bueiros (foto) e enchendo onde a água já tinha cessado. A situação é explicada por um conjunto de problemas: volume de chuva, obstrução de galerias de escoamento e limitações nas casas de bombas.
Muitos que tinham voltado para casa e iniciado limpeza e recuperação do que restou, tiveram que abandonar mais uma vez o seu lar.
Cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS afirmam que “os cenários de previsão indicam cheia duradoura, com manutenção dos níveis elevados nos próximos dias”.
A incerteza do que ocorrerá nos próximos dias é uma constante. Pois muitos moradores acreditavam que o pior já havia passado. Mas não é o que parece.
O estado registra 163 vítimas em razão do desastre. Há 65 pessoas desaparecidas. As chuvas e enchentes também deixaram 806 feridos e 645 mil pessoas fora de casa. Além disso, quatro pessoas morreram por leptospirose após contato com a água suja e contaminada das enchentes.
Bueiro verte água em Porto Alegre após retorno das chuvas.
Insatisfação
Com panelaço e gritos de “Fora Melo”, moradores da região central de Porto Alegre protestaram contra o prefeito da Capital na noite desta sexta-feira. Por volta das 20h ocorreu a manifestação orquestrada pelas redes sociais. Fora Bolsonaro e Vacina Já também foram ouvidos.
Na quinta-feira, um pedido de impeachment contra o prefeito chegou a ser protocolado pela União das Associações de Moradores de Porto Alegre (Uampa) na Câmara de Vereadores. O documento critica a gestão municipal durante a crise das enchentes na Capital e as falhas dos sistemas de bombeamento e drenagem da cidade.
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