Na reunião com Zelensky nesta sexta, Trump pediu para que ele aceite o acordo que está sendo oferecido. “Ou vocês vão fazer um acordo ou estamos fora. Se estivermos fora, vocês lutarão. Não acho que será bonito”, disse o presidente dos EUA.
O vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, presente na reunião, alertava que a Ucrânia estava com dificuldades no campo de batalha, inclusive para recrutar soldados. “Vocês estão por aí forçando recrutas para as linhas de frente porque vocês têm problemas”, disse Vance.
“Durante uma guerra, todos nós temos problemas, até vocês”, respondeu Zelensky, que pediu à Trump para não firmar “nenhum compromisso com um assassino”, referindo-se ao líder da Rússia.
Reviravolta
A chegada de Trump à Casa Branca marcou uma reviravolta na guerra na Ucrânia, com Washington excluindo a Europa das negociações, isolando o presidente Zelensky, chamado de “ditador” por Trump, e tentando fechar um acordo de cessar-fogo em separado com a Rússia.
No terceiro aniversário da guerra, na última segunda-feira (24), o presidente ucraniano criticou a tentativa de Washington de fechar um acordo sem a participação dos países europeus, sustentando que “Putin não nos dará essa paz, ele não a dará em troca de algo. Devemos alcançar a paz por meio da força”.
Trump também têm exigido, em troca da ajuda financeira e militar dos EUA para a guerra, que a Ucrânia forneça aos EUA acesso as terras raras ucranianas, que são elementos químicos usados em indústrias de ponta e que são disputados entre as potências econômicas do planeta.
“Vamos usar essa tecnologia em todas as coisas que fazemos, incluindo Inteligência Artificial [IA] e armas militares. Isso realmente vai satisfazer muito as nossas necessidades. Temos muito petróleo, muito gás, mas não temos muita terra rara”, afirmou Trump, ao lado de Zelensky, ao responder perguntas dos jornalistas presentes do Salão Oval da Casa Branca, em Washington.
O apoio europeu
Líderes de diversos países reagiram e reforçaram seu apoio à Ucrânia após a discussão acalorada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Após o bate-boca, Zelensky chegou a ir embora mais cedo do que o previsto. A coletiva de imprensa, que contaria com a participação dos dois, também foi cancelada, e o acordo de minerais de terras raras não foi assinado.
Desde então, governantes de outras nações emitiram comunicados a respeito dos acontecimentos desta tarde. O presidente da França, Emmanuel Macron, por exemplo, declarou que “devemos respeitar aqueles que estão lutando desde o início”.
Macron também reforçou que a Rússia é o agressor e os ucranianos são os agredidos.
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, deixou um recado a Zelensky em publicação no X: “Querido Zelensky, queridos amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos”, afirmou Tusk.
O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, reforçou o apoio à nação em guerra: “Ucrânia, a Espanha está com vocês”, escreveu Sánchez.
Outra figura que se pronunciou foi o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, que escreveu que “o apoio da Estônia à Ucrânia continua inabalável. Hora da Europa se manifestar.”
Pelo X (antigo Twitter), o o líder do partido conservador da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que está com a Ucrânia “em tempos bons e tempos difíceis”. “Nunca devemos confundir agressor e vítima nesta guerra terrível.”