Trump venceu.
E agora Brasil?
Milhões de eleitores foram às urnas nesta terça-feira (5) para escolher o próximo presidente dos Estados Unidos, numa das disputas mais acirradas dos últimos tempos. Virtualmente empatados nas pesquisas de intenção de voto, disputaram o cargo a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
A projeção do resultado não é oficial, e mas foi divulgada pela Associated Press e é historicamente aceita pela sociedade americana em eleições presidenciais. Trump será o 47º presidente dos Estados Unidos e terá maioria republicana na Câmara e no Senado. Ele assume o cargo em 20 de janeiro de 2025.
A vitória de Trump foi anunciada por volta das 7h30 desta quarta após o republicano vencer o estado-chave de Wisconsin e ultrapassar a marca de 270 delegados –uma margem inalcançável para sua concorrente, a democrata Kamala Harris, ainda que a contagem de cédulas pelo país não tenha sido totalizada. Sua vitória repercutiu no mundo todo e líderes mundiais o parabenizaram.
Sendo a maior economia mundial e considerado o maior poder bélico do planeta, tudo o que ocorre nos EUA acaba por afetar o mundo. Mas nesta matéria vamos nos concentrar nos possíveis efeitos que esta vitória pode ter sobre o Brasil.
Em um mundo onde a política está cada vez mais orientada pela ideologia de seus governantes do que pela vontade do povo que ele governa, é bom iniciarmos esta “conversa” lembrando que a ideologia de Trump é um espelho da ideologia de Bolsonaro. E portanto oposta a do atual governo brasileiro.
Não vamos aqui entrar em detalhes sobre a relação de Trump com Lula (péssima) e a relação de Trump com o presidente da Argentina, Javier Milei (ótima).

Donald Trump vence e será o próximo presidente dos EUA.
Por outro lado o Brasil tem grande valor. Pode fornecer o que outros países não tem. Nossa produção agropecuária e mineral é no mínimo indispensável a qualquer parceiro mundial e o Brasil tem mais de 200 anos de relações diplomáticas com os EUA e muitos parceiros comerciais importantes. Então Donald Trump não pode simplesmente interromper esta relação.
Outra questão importante é o impacto ambiental. Lula tem liderado um discurso internacional de proteção ao meio ambiente e tem conseguido reduzir o desmatamento da Amazônia e também a redução na emissão de CO. Já Trump é conhecido por ser cético em relação ao impacto da ação humana no aquecimento do planeta — posição que contraria o consenso científico sobre o tema. Mas aqui vale o consenso internacional e o Brasil está na frente.
Quanto a política externa, podemos esperar uma grande divergência por motivos óbvios. Lula tem construído uma rede forte de países aliados, sem a presença dos EUA, como o caso do BRICS e também do MERCOSUL. As duas redes de nações tem Lula como principal articulador. Isto não é bom para os EUA que antes se via como senhor do mundo. Com a associação de países, foi possível enfrentar a economia americana e impor vantagens sem se preocupar com eventuais sansões econômicas, que antes eram de praxe nas relações do EUA com o mundo. Trump quer retomar a condição anterior onde os EUA tinham maior poder de influência no mundo. Inclusive o seu tema de campanha deixa isso muito claro “Make America great again” (algo como “Tornar a América grande de novo”).
Uma questão que não quer calar é como fica os EUA em relação a guerra entre Russia e Ucrânia. Incrivelmente neste ponto há convergência entre as políticas e posturas do atual governo brasileiro e os pensamentos de Donald Trump.
Mas é preciso encerrar esta matéria com uma única certeza, ele ganhou. Todo o resto é especulação.
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