Trump recua mais uma vez diante da China
Depois de distribuir tarifaços para todo o mundo, e especialmente elevados para produtos chineses, Donald Trump percebeu seu erro. Não por reflexão, mas por uma realidade que ele deveria saber.
Ele ficou dias esperando um telefonema da China. O telefone não tocou. Ele elogiou Jinping para estimular um contato chinês para negociações e recebeu tarifas sobre produtos americanos.
E não foi só tarifas que recebeu da China, também recebeu medidas que dificultam ou proíbem que a China venda alguns produtos aos EUA, como metais conhecidos como terras raras. Também produtos vindos dos EUA passarão por dificuldades para entrarem no mercado chinês.
A indústria americana, especialmente as ligadas a produtos de alta tecnologia como celulares entraram em pânico. A população dos EUA já não confia no seu presidente, pois estão vivendo uma inflação e uma promessa de aumento de preços que ninguém gosta. Mais que isso, alguns produtos como celulares poderiam faltar no mercado a curto prazo.
O QUE DONALD TRUMP FEZ
O governo dos Estados Unidos (EUA) concedeu isenções tarifárias para smartphones, computadores e outros eletrônicos importados, em grande parte da China, poupando-os de grande parte das altas taxas de 125% impostas pelo presidente Donald Trump.
Em um aviso aos expedidores, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA publicou uma lista de códigos tarifários que serão excluídos das taxas. As exclusões são retroativas à 0h01 do dia 5 de abril.
O aviso não forneceu uma explicação para a decisão do governo, mas a exclusão noturna proporciona um alívio bem-vindo às principais empresas de tecnologia do país, incluindo a Apple, a Dell Technologies e muitas outras importadoras. A ação de Trump também exclui os eletrônicos especificados de suas tarifas “básicas” de 10% sobre produtos da maioria dos países, exceto a China, reduzindo os custos de importação de semicondutores de Taiwan e de iPhones da Apple produzidos na Índia. O que é fundamental para manter o mercado americano abastecido, com a dificuldade gerada com a China.

Para as importações chinesas, a exclusão aplica-se apenas às tarifas recíprocas de Trump, que subiram para 125% esta semana, de acordo com uma autoridade da Casa Branca. As tarifas anteriores de 20% de Trump sobre todas as importações chinesas, que ele disse estarem relacionadas à crise do fentanil nos EUA, permanecem em vigor. A autoridade disse, porém, que Trump iniciará em breve uma nova investigação comercial de segurança nacional sobre semicondutores, o que pode levar a novas tarifas sobre o setor.
Em comunicado, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente deixou claro que os EUA não podem depender da China para fabricar tecnologias críticas, como semicondutores, smartphones e laptops.
A realidade é que hoje dependem não apenas da China mas também de outros países. Tecnologia, mão de obra qualificada e barata em grande quantidade mantém os EUA com suprimentos acessíveis. Sem estas cadeias produtivas os EUA ou não suprem a demanda interna ou venderão muito caros seus aparelhos.
Sob a orientação de Trump, grandes empresas de tecnologia “estão se apressando para terceirizar sua produção nos Estados Unidos, o mais rápido possível”. Disse Karoline Leavitt.
IMPACTO NEGATIVO
Mesmo com uma tarifa mais baixa de 54% sobre as importações chinesas, analistas previram que o preço de um iPhone topo de linha da Apple poderia saltar de US$ 1.599 para US$ 2.300.
Com uma tarifa de 125%, economistas e analistas disseram que o comércio entre os EUA e a China poderia ser praticamente interrompido. Os smartphones foram a principal importação dos EUA da China em 2024, totalizando US$ 41,7 bilhões, com os laptops fabricados naquele país em segundo lugar, com US$ 33,1 bilhões, de acordo com dados do Departamento do Censo dos EUA.
Trump concorreu para reconquistar a Casa Branca no ano passado, em grande parte com a promessa de reduzir os preços que, alimentados pela inflação pós-pandemia de covid-19 e pela guerra entre a Rússia a Ucrânia, dispararam e mancharam a reputação econômica do ex-presidente Joe Biden e seus aliados democratas.
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