2,1 milhões de atendimentos em saúde mental em 2024
Os investimentos contínuos na Linha de Cuidado em Saúde Mental do Paraná têm gerado resultados expressivos no atendimento à população. De acordo com o levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgado nesta quarta-feira (26), em 2024 foram registrados 2.133.116 atendimentos individuais nas condições avaliadas para saúde mental, álcool e outras drogas.
Para atender à demanda e ampliar o acesso e melhoria da qualidade dos serviços prestados, o Governo do Estado investiu na área mais de R$ 64 milhões para custeio mensal, financiamentos e repasses.
“Estamos investindo na qualidade, capacitações, e auxiliando os municípios nessa área. A saúde mental tem exigido cada vez mais atenção, principalmente nesses últimos três anos. Reforçamos nosso compromisso em oferecer um cuidado mais ágil, eficiente e humanizado, beneficiando milhares de famílias em momentos de necessidade”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Os serviços nessa área correspondem à atenção a pessoas com depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, além daquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
Para esses atendimentos a Rede de Atenção à Saúde conta com 157 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), em suas diferentes modalidades, seis Unidades de Acolhimento (UA), sete Serviços Integrados de Saúde Mental (SIMPR), que é a junção de um Caps e uma Unidade de Atendimento de âmbito regional.
Ainda compõem a Linha de Cuidado em Saúde Mental do Paraná as Unidades Básicas de Saúde, Estratégia Saúde da Família (ESF) e os Consultórios na Rua, que fazem parte da Atenção Primária à Saúde, além de 41 Equipes Multiprofissionais de Atenção Especializada em Saúde Mental , 72 leitos em Serviço Hospitalar de Referência (leitos de saúde mental em hospitais gerais) e 1.600 leitos em Hospitais Especializados em Psiquiatria.
“São serviços do SUS direcionados para diferentes situações, mas as pessoas em situações de crise devem ser atendidas em qualquer dispositivo da Linha de Cuidado em Saúde Mental”, explicou chefe da Divisão de Atenção à Saúde Mental da Sesa, Suelen Gonçalo.
Dos R$ 64,1 milhões investidos na área, mais da metade (R$ 36,3 milhões) foi destinada à complementação do valor das diárias para hospitais especializados em psiquiatria. O restante teve como objetivo o custeio mensal dos Caps, das equipes multiprofissionais, dos serviços terapêuticos e dos serviços de reabilitação assistida.
EXPANSÃO – Durante o Saúde em Movimento, evento ocorrido em Foz do Iguaçu neste mês e que reuniu mais de 2 mil pessoas da área, foi pactuada a expansão do PlanificaSUS “Saúde Mental na APS”, com a adesão de mais 401 Unidades de Saúde e 119 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que atuam na execução deste programa. Entre os municípios que aderiram durante o evento estão Curitiba, Maringá, Cascavel e Arapongas.
Baseada na planificação, trata-se de uma estratégia de educação permanente que busca consolidar a organização completa de processos e serviços da Rede de Atenção à Saúde (RAS).
Das 2.740 Unidades Básicas de Saúde existentes no Paraná, 1.491 farão parte do PlanificaSUS, além de todos os 157 Caps do Estado. Hoje existem outras 34 Unidades Ambulatoriais Especializadas atuantes no programa. Mais de 10 mil profissionais estão envolvidos nesse processo para o fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Estado.
O podcast psicoanalista.com.br mantém programas sobre temas específicos da psicanálise e saúde mental, com acesso gratuito.
Em entrevista concedida ao Gazeta 24 Horas o psicanalista Nelson Mascaro Junior respondeu a perguntas sobre saúde mental.
G24H – A expressão saúde mental ou cuidados com a saúde mental ainda afasta as pessoas de serviços especializados, ou há uma maior consciência na necessidade deste tipo de cuidado?
NMJ – Há uma crescente conscientização sobre a necessidade de cuidados com a saúde mental e o número de pessoas que buscam na psicanálise os benefícios que ela proporciona tanto para autoconhecimento quando para cura de males psicológicos, é cada vez maior. Mas é verdade que muitos ainda se assustam quando falamos de saúde mental, pois por muito tempo qualquer pessoa que precisasse de cuidados com a saúde mental era considerada “louca”. E ainda há muito desta cultura.
G24H – Qual o principal problema que leva as pessoas a buscar a ajuda de um psicanalista?
NMJ – Hoje a depressão e a ansiedade são os que mais trazem paciente para consultas. Mas problemas de relacionamento pessoal e profissional veem logo atrás. Esta estatística muda muito de acordo com o público alvo que cada profissional tem foco. Por isso, quando lançamos o site e o podcast em www.psicoanalista.com.br tivemos como proposta o esclarecimento de diversos temas de saúde mental, através da participação de nossos seguidores/ouvintes, que podem enviar suas dúvidas e temas para nossos programas.
G24H – Em termos de Brasil, como o senhor vê o crescimento deste tipo de atendimento?
NMJ – Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou cerca de 14 milhões de atendimentos psicológicos. Esse número reflete um aumento significativo na demanda por serviços de saúde mental no Brasil. Os principais problemas atendidos incluem transtornos de ansiedade, depressão e dependência química. Mas este é um atendimento em saúde pública, onde normalmente o cidadão busca ajuda quando está passando por intensos problemas, ou é encaminhado a estes serviços, depois de uma avaliação médica.
Não temos dados oficiais quando ao número de atendimentos em consultórios de psicanálise no Brasil, embora os grandes centros como São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro apareçam como centros de referência para estes atendimentos.
G24H – Quando uma pessoa deve ou pode buscar ajuda na psicanálise?
NMJ – Ao contrário do que muitos pensam, não é necessário estar passando por um momento específico de dificuldades com a saúde mental, como por exemplo surtos de ansiedade. Aliás como em qualquer área da saúde a prevenção vem em primeiro lugar. Pessoas em busca de autoconhecimento, pessoas com grau leve de ansiedade ou depressão já podem procurar um psicanalista. Em alguns momentos específicos como período de luto, separação de relacionamentos longos (casamento) e problemas familiares, também são condições em que a ajuda de um psicanalista pode ser fundamental. Mas é claro, que a maior parte já chega em momentos em que a saúde mental já está bem abalada.
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