Bolsonaro e a trama golpista, de acordo com relatório da PF
Bolsonaro e a trama golpista, de acordo com relatório da PF
O relatório divulgado pela Polícia Federal ontem (26), coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro como planejador, dirigente e executor dos atos que levariam a um golpe de Estado, no Brasil, ao final de 2022 e início de 2023, após a vitória de Lula.
Leia um resumo do posicionamento do relatório, em relação a Bolsonaro.
Planejador do golpe
A Polícia Federal afirma que o ex-presidente tinha ciência de todos os atos e domínio sobre estes. “Tinha plena consciência e participação ativa” nas ações do grupo, segundo o relatório.
“Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram, de forma inequívoca, que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito. O fato, contudo, não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade” Descreve a PF.
Ex-presidente Jair Bolsonaro.
A carta do golpe
Uma carta, que ficou conhecida como a “carta do golpe”, segundo o relatório, foi divulgada em 29 de novembro de 2022 e tinha como principal objetivo conclamar aos comandantes do Exército de oficiais superiores da ativa do Exército brasileiro a aderir ao golpe.
E uma mensagem do tenente-coronel Sérgio Cavaliere enviou para Cid ratifica que Bolsonaro tinha conhecimento da situação.
Na mensagem, ele diz: “Cara, ele mesmo sabe o que é isso, né. Ele tomou vinte dias de cadeia quando era capitão, porque escreveu carta à Veja. Foi pra Conselho de Justificação porque botaram na conta dele aquela, aquela operação pra, pra explodir Guandu [adutora no Rio de Janeiro], né.”
Em 1986, Bolsonaro, então capitão do Exército, foi preso sob a acusação de elaborar um plano para fragilizar o alto comando do Exército.
Ataques ao sistema eleitoral
De acordo com as investigações, a construção de uma narrativa desprovida de provas demonstrava a intensão de subverter o Estado Democrático de Direito
Plano de fuga
“A investigação identificou medidas clandestinas com o objetivo de assegurar a fuga de Bolsonaro e frustrar quaisquer ações judiciais contra ele”, aponta o relatório.
O plano, contudo, foi abandonado devido à falta de adesão do Alto Comando das Forças Armadas, que se recusou a apoiar ações golpistas.
“O arcabouço probatório colhido indica que o grupo investigado, liderado por Jair Messias Bolsonaro, à época presidente da República, criou, desenvolveu e disseminou a narrativa falsa da existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do País desde o ano de 2019, com o objetivo de sedimentar na população a falsa realidade de fraude eleitoral”, diz outro trecho do relatório.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da investigação da Polícia Federal (PF) que acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 investigados de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Na decisão, o ministro determinou o envio do relatório da PF para análise da Procuradoria-Geral da República.
O que diz Jair Bolsonaro
Os investigados negam as acusações. Nesta segunda-feira (25/11), após desembarcar no Aeroporto de Brasília, Bolsonaro falou com a imprensa e negou qualquer participação no plano de golpe. Na ocasião, ele reafirmou que “jamais faria algo fora das quatro linhas” da Constituição.
“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que está falando. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, eu ia falar, ‘tá, tudo bem, e o day after? E o dia seguinte, como é que fica? Como é que fica o mundo perante a nós?'”, indagou o ex-presidente.
“Agora, todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, complementou Bolsonaro.
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