Papa não teme cisma entre católicos por questões LGBTQIA+
Papa não teme cisma entre católicos por questões LGBTQIA+
Desde que assumiu o mais alto posto da Igreja Católica, Papa Francisco tem lutado contra temas que estavam corroendo a igreja. Alguns deles eram problemas internos como a corrupção no Vaticano e outros mais complexos como relações sexuais de padres com menores de idade, por todo o mundo.
Isto o fez colocar para fora do Vaticano autoridades eclesiásticas que antes eram intocáveis.
Mas quando o Papa Francisco resolveu que era o momento de falar sobre preconceito e ódio, praticados por cristãos pala falta de compaixão, amor e compreensão ao próximo, as coisas não ficaram bem.
O principal motivo da discórdia foi a autorização do Papa para benção em uniões homossexuais.
Papa Francisco incomoda clero e fiéis ao exigir compaixão e tolerância sem julgar ao próximo.
Apesar das críticas que tem recebido em todo o mundo, pelos fiéis, que não poupam xingamentos e ofensas ao Papa, Francisco em entrevista ao jornal italiano La Stampa, disse não temer um cisma na Igreja Católica após a decisão provocar ira entre setores conservadores.
O pontífice minimizou as críticas e disse que a possibilidade de um cisma é ventilada somente por pequenos grupos ideológicos. “Devemos deixá-los à vontade e seguir em frente… e olhar para o futuro”, disse o papa, sem especificar a quais grupos se referia, na entrevista publicada nesta segunda-feira (29).
A autorização concedida pela igreja vem provocando fraturas na comunidade católica e motivando debates, com bispos em alguns países se recusando a permitir que seus sacerdotes implementem a bênção a casais LGBTQIA+. A resistência é maior em países da África, onde a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo pode levar à prisão ou até mesmo à pena de morte em algumas regiões.
“[Os críticos] me perguntam como é possível [a bênção a casais do mesmo sexo]. Eu respondo: o Evangelho é para santificar a todos. É claro, desde que haja boa vontade. […] Somos todos pecadores: então por que fazer uma lista de pecadores que podem entrar na igreja e outra lista de pecadores que não podem estar na igreja? Isso não é o Evangelho”, disse o papa ao La Stampa.
A declaração que autoriza a bênção foi emitida pelo departamento doutrinário do Vaticano e aprovada pelo papa. Embora a abertura de Francisco à prática tenha sido bem recebida por muitos, conservadores disseram que isso poderia abalar os fundamentos da fé e até levar a um cisma na igreja.
A África não foi a única a receber mal a nova orientação doutrinária. Houve resistência também na América Latina e nos Estados Unidos. Em dezembro, após as primeiras críticas, o papa já havia alertado contra o que chamou de posições ideológicas inflexíveis e que, segundo ele, podem impedir a Igreja Católica de enxergar a realidade e avançar.
Francisco disse estar confiante de que até os críticos mais ferrenhos acabem entendendo os propósitos da medida. Em seguida, emendou que os católicos no continente africano são “um caso à parte”. “Para eles, a homossexualidade é algo ‘ruim’ do ponto de vista cultural. Eles não a toleram”, afirmou. “Mas, em geral, confio que gradualmente todos chegarão a um acordo com o espírito da declaração.”
Desde que foi eleito pelos cardeais há dez anos, Francisco tem tentado tornar a doutrina católica mais acolhedora para pessoas que se sentem excluídas, como membros da comunidade LGBTQIA+, mas sem mudar nenhuma parte do ensinamento da igreja sobre questões morais.
Saúde e Política
Devemos lembrar sempre que além de chefe da Igreja Católica, o papa também é chefe do Estado Vaticano, e por isso deve desenvolver políticas internacionais. A saúde, no entanto, pode atrapalhar viagens e compromissos internacionais.
Em relação à guerra entre Israel e Hamas, o papa manifestou temor de um agravamento no conflito e disse que a “verdadeira paz” não se materializará até que uma solução de dois Estados seja implementada.
Francisco, que é argentino, ainda confirmou que está programado um encontro com o presidente de seu país natal, Javier Milei. A expectativa sobre uma visita do líder da Igreja Católica à Argentina é ampla, e já foram feitos inúmeros apelos. Durante a campanha, Milei fez uma série de ataques verbais ao papa e chegou a chamá-lo de “representante do mal na Terra”, mas suavizou o tom à medida que se aproximavam as eleições que o elegeram. O encontro deve ocorrer em fevereiro no Vaticano, segundo o que Francisco disse na entrevista, por ocasião da canonização de Mama Antula, considerada a mãe espiritual da Argentina.
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